sábado, 3 de abril de 2010

Os Bodes Na Sala

        Nestas últimas semanas tenho passado mais apertos do que de costume do trânsito, em especial nas marginais, que se não há chuva, há reforma, ou há acidente. Ou os três, para pânico dos paulistanos e demais motoristas que necessitam passar por aqui.
       Porém, contudo e entretanto, durante as reforma da marginal do tietê peguei filas intermináveis de trânsito por excesso de CONES!!! Dezenas ou centenas de cones aparentemente sem justificativa estreitanto a pista em pontos cruciais. "Parece que é de propósito!!", pensei. Desse jeito, quando a reforma terminar, parecerá que foi uma maravilhosa solução que trará um alívio sem medidas, quando na verdade dará só uma aliviadinha no trânsito (não quero tirar o mérito, é uma ótima obra, mas não é o oásis do deserto, não!). Diante de minha indignação meu pai me contou uma historinha dos bodes na sala.
       Em um tempo remoto em um lugar distante um sábio morava no topo de uma montanha. Todos faziam a escalada só para aconselhar-se com ele. Havia na aldeia que circundava a montanha um homem cuja casa era muito pequena e, a sala, minúscula. E a família, por sinal, enorme. Ele foi aconselhar-se com o sábio. Meu sábio! - disse o homem - O que faço com tantas pessoas e uma sala tão pequena?! Não conseguimos mais conviver assim!! E o sábio sugeriu que ele comprasse bodes, o número de três estava bom, e os colocasse na sala. O homem estranhou, mas respeitando muito o sábio, seguiu sua sugestão. Passadas algumas semanas de convivência com os bodes fazendo barulhos, comendo e fazendo necessidades, e, ainda, lotando sua sala, o homem  não aguentou e foi à montanha: Sábio, por favor, lhe suplico que me dê outro conselho, pois os bodes pioraram ainda mais minha vida dentro de casa. E o sábio disse - Está bem, pode tirar os bodes da sala. E o homem o fez e a sua sala nunca pareceu tão espaçosa e confortável em toda sua vida, e ficou muito grato e satisfeito com a sugestão do sábio.
        Minha teoria dos cones pela cidade foi perfeitamente traduzida pelos bodes na sala. Mas quando -ó Deus - tirarão os todos esses bodes da nossa cidade??

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